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Gabriel García Márquez
VEMO-NOS EM AGOSTO
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Gabriel García Márquez
VEMO-NOS EM AGOSTO
Edição ao cuidado de
Cristóbal Pera
Tradução de
J. Teixeira de Aguilar
3.a edição
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Título: Vemo-Nos em Agosto
Título original: En agosto nos vemos
© Herdeiros de Gabriel García Márquez, 2024
© Publicações Dom Quixote, 2024
Nota do editor © Cristóbal Pera, 2024
Prólogo © Rodrigo e Gonzalo García Barcha, 2024
Edição: Cecília Andrade
Tradução: Teixeira de Aguilar
Revisão: Sandra Mendes
Reprodução fac-similar das páginas do manuscrito:
Harry Ransom Center, Universidade do Texas em Austin
Este livro foi composto em Rongel,
fonte tipográfica desenhada por Mário Feliciano
Paginação: Segundo Capítulo
Impressão e acabamento: Multitipo
1.a edição: março de 2024
3.a edição: abril de 2024 (reimpressão)
ISBN: 978 -972 -20 -8101-6
Depósito legal n.o 525723/23
Publicações Dom Quixote
Uma editora do Grupo Leya
Rua Cidade de Córdova, n.o 2
2610 -038 Alfragide • Portugal
www.leya.com
Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor.
Este livro segue o Novo Acordo Ortográfico de 1990, por política da editora.
O tradutor escreve com a ortografia anterior ao Novo Acordo.
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PRÓLOGO
Como é fácil de imaginar, a perda de memória de que
o nosso pai padeceu nos seus últimos anos foi duríssima
para todos nós. Mas a maneira como essa perda diminuiu
as suas possibilidades de continuar a escrever com o seu
costumado rigor foi, em especial para ele, uma fonte de
frustração desesperante. Disse-no-lo uma vez com a luci-
dez e a eloquência de um grande escritor: «A memória é
ao mesmo tempo a minha matéria-prima e a minha fer-
ramenta. Sem ela, não há nada.»
Vemo-Nos em Agosto foi o fruto de um último esforço
para continuar a criar contra ventos e marés. O processo
foi uma corrida entre o perfeccionismo do artista e o
declínio das suas faculdades mentais. Muito melhor do
que poderíamos nós fazê-lo, as longas idas e vindas das
muitas versões do texto são descritas em pormenor pelo
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Prólogo
nosso amigo Cristóbal Pera na sua nota a esta edição.
Naaltura, só conhecíamos a frase final de Gabo: «Este
livro não presta. É preciso destruí-lo.»
Não o destruímos, deixando-o antes de parte, na espe-
rança de que o tempo decidisse o que fazer com ele. Aolê-lo
mais uma vez, passados quase dez anos sobre a sua morte,
descobrimos que o texto possuía muitíssimos e muito
apreciáveis méritos. Com efeito, não é tão depurado como
os seus maiores livros. Tem algumas lacunas e pequenas
contradições, mas nada que nos impeça de usufruir o que
a obra de Gabo tem de mais excelente: a sua capacidade
de invenção, a poesia da língua, a narrativa cativante, a sua
compreensão do ser humano e o seu carinho pelas suas
vivências e as suas desventuras, sobretudo no amor. Oamor,
possivelmente o tema principal de toda a sua obra.
Ao considerarmos o livro muito melhor do que o recor-
dávamos, ocorreu-nos outra possibilidade: que odéfice
de faculdades que não permitiu a Gabo terminar o livro
também o tenha impedido de se aperceber de quão bom
era, apesar das suas imperfeições. Num ato de traição,
decidimos antepor o prazer dos seus leitores a todas as
outras considerações. Se eles o celebrarem, é possível que
Gabo nos perdoe. Confiamos nisso.
RodRigo e gonzalo gaRcía BaRcha
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VEMO-NOS EM AGOSTO
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Voltou à ilha na sexta-feira 16 de agosto no ferry das três
da tarde. Trazia jeans, camisa aos quadrados escoceses, sapa-
tos simples de salto raso e sem meias, uma sombrinha de
cetim, a mala e, como única bagagem, um saco de praia.
Nafila dos táxis do molhe foi direita a um modelo velho
carcomido pelo salitre. O taxista recebeu-a com um cum-
primento de amigo e levou-a aos solavancos através da aldeia
indigente, com casas de pau a pique, telhados de palmeira
amarga e ruas de areia ardente frente a um mar em chamas.
Teve de fazer cabriolas para evitar os porcos impávidos
eascrianças nuas que se esquivavam dele com passes de
toureiro. No fim da aldeia enfiou por uma avenida de pal-
meiras reais onde ficavam as praias e os hotéis de turismo,
entre o mar aberto e uma lagoa interior povoada de garças
azuis. Parou por fim no hotel mais velho e desmerecido.
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